Não sou una, nunca fui.
Sou uma multiplicidade de mulheres
e todas elas confluem para dentro de mim.
Sou morada de seres invisíveis,
a inesperada materialização do etéreo.
Caos e ordem.
Certeza e dúvida.
Pureza e devassidão.
A que ri quando chora
e chora de tanto rir.
A desinteressada
que se percebe apaixonada
e se rende,
seguindo por aí pelo avesso:
Ossos, músculos,
veias, sangue e coração.
Exposto, vulnerável, entregue,
ao alcance das mãos.
A que se desespera por nada
e mantém a calma diante do mais
absurdo cenário.
Frieza e fervura.
Céu e inferno.
Verão e inverno.
Oxímoro.
Sou tudo. Todas. O tempo todo.
Meu singular é plural.
A multiplicidade de máscaras, de personalidades, a duplicidade do feminino, um poema surpreendente de exposição do eu mulher, muitos parabéns
ResponderExcluir